segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Igreja de Jesus, sua natureza e missão


"Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." (Mt 16.18)

O texto acima expressa alguns aspectos fundamentais sobre a natureza e o propósito da Igreja de Jesus, manifestos por ele mesmo. Vejamos:

A IGREJA NÃO ESTÁ EDIFICADA SOBRE UM MERO FUNDAMENTO HUMANO

"...e sobre esta pedra edificarei..." (kaí epí taúte té pétra oikodouméso)

A pedra (pétra) sobre a qual a Igreja (ekklesían) seria edificada (oikodouméso) é o próprio Jesus. Essa verdade pode ser claramente confirmada em 1 Co 3.11:

"Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo."

A firmeza e a solidez da Igreja não se sustenta sobre as habilidades e competências humanas de seus líderes e membros. Não se sustenta, também, sobre a influência e poder dos tais, nem tampouco sobre a sabedoria ou eloquência dos mesmos. É em Jesus que a Igreja está firmada, e sobre quem ela está edificada.

A IGREJA É ÚNICA

"...a ..." (tén)

A Igreja de Jesus é única. Na perspectiva espiritual e orgânica não existem "igrejas". As igrejas locais (visíveis e institucionalizadas) não expressam em sua totalidade a natureza da verdadeira Igreja (invisível). Só existe uma Igreja verdadeira, as outras são falsas. Onde se encontra a Igreja verdadeira?

- Nas denominações evangélicas pentecostais, neopentecostais, históricas e reformadas? Sim.
- Nas comunidades cristãs? Sim.
- Nos caminhos? Sim.
- Em outros grupos que declaram sua fé em Jesus? Sim.

Mas, onde se encontra então, a igreja falsa?

- Nas denominações evangélicas pentecostais, neopentecostais, históricas e reformadas? Sim.
- Nas comunidades cristãs? Sim.
- Nos caminhos? Sim.
- Em outros grupos que expressam sua fé em Jesus? Sim.

Na Bíblia, onde a verdade e a vontade de Deus se manifestam, encontramos as características da verdadeira Igreja. Observemos algumas:

- A verdadeira Igreja é composta por aqueles que já nasceram de novo (Jo 3.3-8)
- A verdadeira Igreja é composta pelos amigos de Jesus (Jo 15.14)
- A verdadeira Igreja vive em verdade (Jo 17.17)
- A verdadeira Igreja vive em unidade (Jo 17.21)
- A verdadeira Igreja vive em amor (Jo 17.26)
- A verdadeira Igreja vive em santidade (1 Pe 1.15)
- A verdadeira Igreja vive para a glória de Deus (1 Co 10.31)

Tudo e todos que não vivem, ou não buscam viver e experienciar as características acima descritas, não é Igreja de Jesus.

A IGREJA TEM DONO

"...minha Igreja,..." (mou tén ekklesían)

A Igreja tem dono, e pode ter certeza que não é nenhum pastor ou líder nacional, regional ou local. Jesus não tem sócios na Igreja. Apesar de muitos na atualidade agirem como se fossem donos da Igreja, na realidade, se portam (ou são) como donos das instituições religiosas por eles fundadas, herdadas e dirigidas. Essa postura inclui:

- Colocar o patrimônio físico da igreja (instituição) em seu nome, ou em nome de familiares e parentes;
- Beneficiar-se financeiramente de forma absurda da igreja (instituição), além de beneficiar familiares, parentes e amigos;
- Estabelecer o filho ou algum parente como sucessor, para assim manter os privilégios (exploração e poder);
- Ditar as normas, as regras, os costumes e a tradição da igreja (instituição);
- Ameaçar aqueles que discordam de seus posicionamentos com cortes de salários, demissões, mudanças para campos, congregações ou trabalhos menores ou mais difíceis; perda de cargos e funções em mesas diretoras, supressão de oportunidades para ensino e pregação etc;

Os donos das igrejas (instituições) estão por toda a parte, deitando e rolando, fazendo e acontecendo, achando-se poderosos e irremovíveis. Para estes Jesus diz:

"Lembra-te, pois, de onde caíste, arrepende-te e volta à prática das primeiras obras; e, se não, venho a ti e moverei do seu lugar o teu candeeiro, caso não te arrependas." (Ap 2.5)

"pois dizes: Estou rico e abastado e não preciso de coisa alguma, e nem sabes que tu és infeliz, sim, miserável, pobre, cego e nu." (Ap 3.17)

A IGREJA É INDESTRUTÍVEL

"...e as portas do inferno não prevalecerão contra ela." (kaí púlai hádou ou katiochúsousin autés)

Nada, nem ninguém, poderá destruir a Igreja de Jesus. Quem não é do céu, é do inferno!

- As falsas doutrinas não prevalecerão contra ela;
- As perseguições não prevalecerão contra ela;
- As tradições humanas não prevalecerão contra ela;
- O legalismo farisaíco cristão não prevalecerá contra ela;
- O liberalismo pós-moderno não prevalecerá contra ela;
- O moralismo não prevalecerá contra ela;
- As injustiças não prevalecerão contra ela;
- A politicagem interna e externa não prevalecerá contra ela;
- O jogo de poder não prevalecerá contra ela;
- Os movimentos sociais pós-modernos que militam por causas que não se sustentam biblicamente não prevalecerão contra ela;
- Os falsos pastores não prevalecerão contra ela;
- Os falsos ensinadores e pregadores da falsa prosperidade e das barganhas vergonhosas não prevalecerão contra ela;
- Os falsos cantores e bandas "evangélicas" não prevalecerão contra ela;
- Os falsos crentes não prevalecerão contra ela;
- Os políticos e poderosos deste mundo não prevalecerão contra ela;
- O diabo e seus demônios não prevalecerão contra ela;

Exaltado seja Jesus, o Senhor da Igreja!

A IGREJA AVANÇARÁ CONTRA OS SEUS INIMIGOS

"...as portas do inferno..." (púlai hádou)

A metáfora aqui utilizada é de dois reinos em guerra. Na antiguidade as cidades eram fortificadas com altas muralhas e portas firmes, para que durante os ataques sofridos, pudessem resistir firmemente. Nos textos e filmes épicos, podemos ver claramente este fato evidenciado. O reino ou cidade que sofre o ataque se protege como pode por trás dos muros e das portas, tentando resistir de todas as formas ao reino ou exército atacante.

Jesus está nos afirmando claramente que a sua Igreja não ficará acuada timidamente ou covardemente por trás de seus "muros" e "portas", enquanto o "inferno" lhe ataca. Pelo contrário, a Igreja de Jesus, no poder e na unção do Espírito, é que parte para atacar as portas do inferno (poder simbólico das forças espirituais que atuam neste mundo), encurralando-o e saqueando-o. A verdadeira Igreja está fazendo isto. Apesar das ameaças, do poderio e da grande resistência do inimigo, ela não apenas avançará, mas, triunfará para o louvor e glória de Deus.

Você faz parte da Igreja de Jesus?

6 Comentários:

2 de novembro de 2009 15:12

Foi muito bom ler, o que lí agora, e pensei, o que Deus faz quando quer que algo seja esclarecido, ele move pessoas para dar o primeiro passo, e outras para concluir o que ele deseja para sua igreja. Envergonhados serão aqueles que agem trasçoeiramente. Não faça da Igreja do Senhor uma arma para defender seus próprios interesses, pois a vítima pode ser você. O Sacerdote para sempre é Jesus, e a rocha está firmada nele.ALELUIA!

3 de novembro de 2009 01:36

Altair,

eu tenho uma certa dificuldade em aceitar a interpretação que vc apresentou no seu último ponto.

vc escreveu: "parte para atacar as portas do inferno (poder simbólico das forças espirituais que atuam neste mundo), encurralando-o e saqueando-o"

quando lemos as Escrituras, devemos nos isentar de nossos pressupostos ao máximo que pudermos e buscar o sentido que o autor pretendeu. e parece-me que vc concorda com isso.

contudo, é muito comum ver a interpretação que vc deu ao texto. mas não vejo possibilidade contextual para isso.

veja: o que quero dizer é que eu não conheço nenhum outro texto bíblico que indique que o inferno seja o QG de satanás, ou como vc mesmo escreveu, "poder simbólico das forças espirituais que atuam neste mundo".

na verdade, inferno é o que é, e deveríamos olhar para o texto, primeiro, compreendendo o sentido literal do termo. e veja só: nesse caso a interpretação cabe muito bem.

o que jesus disse é que "as portas do inferno não prevalecerão contra a igreja". é uma guerra de fato, mas a guerra é entre a morte e a vida. a igreja, isto é, todos os crentes tem sua salvação assegurada por Cristo. nenhum crente precisa temer o inferno (lugar de punição dos ímpios), pq as portas (lugar por onde se entra) não serão capazes de vencer a igreja, pois aqueles que nela foram inseridos pela união mística com Cristo, estão seguros. Deus é quem garante.

se a minha interpretação estiver equivocada, acho que será necessário me mostrar qquer outro texto bíblico que associe "inferno" com "poder simbólico das forças espirituais que atuam neste mundo". do contrário, eu estaria certo em afirmar que é um erro histórico fazer essa associação, impondo sobre o texto algo que ele não diz.

gostaria de saber ler uma réplica sua a respeito. honestamente, até hj ñ vi possibilidade para essa associação.

abraço.

Silvinha 3 de novembro de 2009 11:20

Paz!
ótimo texto, especialmente praqueles que confundem conversão a Cristo com conversão à igreja templo.
e sim, faço parte da igreja de Cristo, pois sou um membro desta Igreja invisível, instituída pelo próprio Deus e que Habita em mim e independente deu pertender a uma denominação ou não, sou a igreja de Cristo aqui na Terra, assim como vcs tb são.
[ ]´s nEle,
Silvinha
http://ouvirecrercachoeirademinas.wordpress.com/
e
http://silvinhamrr.wordpress.com/

4 de novembro de 2009 01:14

Silvinha, minha cara,

vc escreveu:
"sou um membro desta Igreja invisível [...] independente deu pertender a uma denominação ou não"

Sinto por lhe dizer que sua postura é uma deturpação do conceito de "igreja invisível".

Os reformadores do século XVI foram os primeiros a se utilizar dessa terminologia. Eles não pensaram somente na "igreja invisível", mas sempre utilizavam a expressão contrastada à "igreja visível". Isto é, não dá pra afirmar uma doutrina sem afirmar a outra. Na verdade, eles nunca a utilizariam para justificar a deliberada ausência de alguém do corpo visível de Cristo.

Tanto Lutero quanto Calvino, quando falaram de uma Igreja visível e invisível se referem a dois aspectos da única Igreja de Cristo. Essa teologia ressalta o fato de que a Igreja, como existe na terra, é visível e invisível.

Sobre isso escreveu Louis Berkhof: "Esta Igreja é dita invisível porque é essencialmente espiritual e, em sua essência espiritual, não a pode discernir o olho humano; e porque é impossível determinar infalivelmente quem não lhe pertence."

"Naturalmente, a Igreja invisível assume uma forma visível. Justamente como a alma humana se adapta a um corpo e se expressa por meio do corpo, assim a Igreja invisível, que consiste, não de almas, mas de seres humanos que têm alma e corpo, assume necessariamente forma visível numa organização externa, por meio da qual se expressa. A Igreja é visível na profissão de fé e conduta cristã, no ministério da Palavra e dos sacramentos, e na organização externa e seu governo."

Sua posição revela um pensamento mais próximo do espiritualismo fanático e sectário daquela época, o qual também foi combatido por esta mesma teologia.

Para entender mais sobre isso, leia algo das confissões de fé produzidas nessa ocasião. Por exemplo, a CFW (Confissão de Fé de Westminster, acessível em http://www.monergismo.com/textos/credos/cfw.htm).

Abraços eclesiásticos!

Citação: BERKHOF, Louis. Teologia Sistemática. São Paulo: Cultura Cristã, 2007. p.520.

4 de novembro de 2009 18:19

Eu nem perco meu tempo com esse tipo de gente, estou preocupada, com o que estou vendo! Jesus está voltando e ninguem está nem aí com a salvação de ninguém. Na sua igreja ainda convidam pessoas não evangélicas para os cultos aos domingos? Na sua igreja ainda se usa fazer o apêlo,?ou caíu de moda também, agora na maior parte das igrejas é tudo na moda. E parece que não está moda ganhar almas.

19 de fevereiro de 2010 15:20

é realmene ta na moda enganar as pessoas tementes a Deus, a muitos falsos pastores que estão mais preocupados com seus bolsos do que com ganhar almas para jesus, e isso é muito triste,li um livro "A Ordem é Amém", que relata a história de um falso pastor que tem sua vida transformada por Deus, é um livro muito surpreendente e emocionante, leiam vcs vão gostar eu o encontrei no site:www.seteseveneditora.com.br

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